Tag Richard Delfino

Uma série de artistas foram indicados e os que ganharam o Grammy Latino de 2020, em minha opnião, mereceram e muito.

Tivemos ótimos vencedores, tanto aqui no Brasil quanto em outros países, como no Peru, onde um grande artista que sigo, Lorenzo Ferrero, ganhou com melhor arranjo, uma super-valorização da música instrumental, assim como para o Brasil com o magnífico Toninho Horta e seu álbum Belo Horizonte.

Gente na Ativa

Tivemos vários, claro. Até Rick Martin ganhou o seu Grammy, e bem merecido. Fico muito feliz quando vejo artistas que conseguem se manter na ativa.

Além do Rick Martin, tivemos a única Elza Soares, que não ganhou, mas teve seu nome lá na lista. Em 2019 tive a honra de assistir seu show aqui mesmo no Brasil, esse que foi pra lista do Grammy, e foi mágico.

Não tão das antigas, mas tivemos a presença da nossa Paula Fernandes, marcando o nome do Brasil no Grammy, junto com Aline Barros, João Bosco, Ney Matogrosso, Caetano Veloso e Marcelo Jeneci.

Esse é o tipo de notícia que me inspira, ver essa gente toda ainda na ativa, correndo atrás do seu pedaço e oferecendo o seu melhor.

Nada contra essa galera nova, não é isso, só fico feliz em saber que ainda há espaço para todos na música, principalmente em um prêmio tão importante como esse.

Os destaques do Grammy

Quero começar falando de alguém que não conhecia, o guitarris Daniel Minimalia que ganhou como Melhor Álbum instrumental com o disco Terra. Gostei dos arranjos, o disco é simplesmente sensacional.

Vou deixar um link aqui pra você ouvir, vale muito a pena, vale mesmo, é de extremo bom gosto e qualidade excepcional.

https://open.spotify.com/album/3c7YwdxAldDAjTHbXsGzRK?autoplay=true

Música Instrumental

Outro cara que deixar marcado aqui é Lorenzo Ferrero (você pode ver mais sobre ele aqui https://lorenzoferrero.com/ ou em suas redes sociais).

Ele ganhou como melhor arranjador com a música La Flor de la Canela, uma canção tradicional peruana, gravada pela Afro-Peruvian Jazz Orchestra.

Sou suspeito em falar dele já que sou um grande fã, mas vou deixar a música aqui pra você ouvir, realmente mereceu esse prêmio, foi um trabalho lindo.

Ainda na música instrumental, outro cara que merece destaque é Toninho Horta. Se você não conheçe, da uma olhada no cara: https://pt.wikipedia.org/wiki/Toninho_Horta.

Ele ganhou com o álbum Belo Horizonte. O trabalho do Toninho Horta é simplesmente incrível, ele é um dos grandes gênios da música, e seu nome vai ficar pra história. na verdade, ele já está na história, suas músicas estudadas por todo o mundo pela genialidade dos arranjos.

Vou deixar o álbum aqui pra você poder ouvir, não vai perder essa né? https://youtu.be/l-A3VSKi6RU

Os Vencedores do Grammy Latino 2020

Muita gente boa ganhou, e outros perderam. Tivemos indicações de artistas renomados como Ney Matogrosso, ao lado de Melim e outros grandes e importantes nomes.

Mas como só um vence, ficamos assim:

• Aline Barros com melhor álbum gospel, Reino.
• Mariana Aydar, melhor álbum música raiz, Veia Nordestina.
• João Bosco, melhor canção em português, Abricó-de-Macaco.
• Céu, melhor álbum pop, APKÁ!.
• Cláudio Jorge, melhor álbum samba, Samba Jazz de Raiz.
• Paula Fernandes, melhor álbum sertanejo, Origens (Ao vivo em Sete Lagoas 2019).
• Emicida, melhor álbum música alternativa, AmarElo.

Quero deixar aqui um destaque também para o Emicida, essa música dele ficou algo que não dá pra comentar. Trazer Belchior da forma que ele trouxe foi simplesmente mágico. Mereceu o prêmio também.

Aliás, todos mereceram o prêmio, e quem não ganhou, mereceu as indicações. Passei o dia ouvindo o som de todos os competidores brasileiros, e as indicações foram ótimas, todos mereciam ganhar.

Pra fechar

Temos outras matérias em nosso blog, mas quero deixar aqui o nosso Podcast, caso ainda não conheça.

Tem diversas matérias lá. Ouça, leia, divirta-se!

No episódio dessa semana vamos começar um treinamento mais prático, e vamos começar praticando violão.

Já comentei em alguns episódios sobre a questão de se organizar para estudar, e vamos fazer isso juntos, usando o violão ou a guitarra para preparar os treinamentos achar os pontos de apoio necessários para ter uma prática saudável e vantajosa.

Tempo

Todo mundo quer tocar bem, na maioria das vezes o maior impecílio é tempo, então criando uma Rotina de Estudos eficaz, tempo não será mais um problema.

É claro que isso vai precisar uma atenção especial, então crie o hábito de monitorar seus treinamentos.

Começe nivelando por baixo, qual o dia que você tem menos tempo de quanto tempo estamos falando.

Por exemplo, se na terça você só tem 30 minutos, nivele por aqui, você precisa todo dia treinar 30 minutos, após esse tempo você pode investir em outras tarefas como tirar música de ouvido naqueles dias em que tiver mais tempo livre.

O importante de nivelar por baixo é que pelos menos temos a garantia de isso vai dar certo. Não tente um passo maior que a perna, se adeque à sua realidade. Com tempo e dedicação tudo funciona.

Estudar Sozinho?

No geral músicos são solitários, o que não quer dizer que não temos professor, afinal um professor é necessário, muito importante, só que não estudamos só com o professor.

A maioria das pessoas que estão praticando violão acabam aprendendo tudo sozinhas, o que não quer dizer que estão estudando exatamente da maneira correta.

Nós treinamos sozinhos, em casa, refazendo várias vezes o mesmo trecho de uma peça ou o mesmo exercício, mas o professor é o cara que vai falar se eu estou fazendo certo ou errado. Treine sozinho, para mostrar para seu professor o que está fazendo.

Escutar Música

Ouvir música é uma parte essencial do processo. Do que você gosta? De quem você é fã? Você não vai ficar imitando os outros, mas a referência auditiva é algo que vai lhe ajudar muito.

Para estudar violão ou qualquer outro instrumento precisamos de referências, tanto de som como de técnica, e isso vem primeiro de ouvir.

Repertório

O que você gosta de ouvir? Quando você descobrir o que gosta de ouvir, vai descobrir que músicas quer tocar, e assim vai montar o seu repertório.

Se você está praticando violão já há algum tempo deve ter notado que muitas vezes o que tocamos não lembra a música.

O seu repertório é parte da sua Rotina Diária, e é um termômetro para saber como e o quanto você está evoluindo.

Paciência

Todos precisam de paciência: o professor com o aluno, o aluno com ele mesmo, os pais com o aluno e por ai vai.

Música não vem do dia pra noite e envolve muito o desenvolvimento de uma boa coordenação motora.

Precisamos ter paciência com nós mesmos e aguardar o processo de maneira adequada.

Música e Exercícios

Falamos no último podcast sobre isso, #14 – Tocar ou Estudar?

Os dois são necessários, sem exercícios adequados criamos vícios que podem não ser mais corrigidos lá na frente. A forma ideal é abrir todo dia com exercícios e finalizar com as músicas do seu repertório.

Tocar ou Estudar, eis a questão?!?!

No último artigo falamos sobre Vida de Músico, e pensando no assunto dessa semana achei que era importante ressaltar que Tocar não é Estudar, mas precisamos dos dois juntos.

A questão não é Tocar ou Estudar. A questão é como conciliar os dois para conseguir o melhor aproveitamento do tempo que temos, para adquirir técnica o suficiente e tocar bem.

Qual a diferença entre Tocar e Estudar?

Tocar ou Estudar muitas vezes se confundem, e para diferenciar precisamos definir um foco e um alvo, ou um trajeto a ser seguido.

Você pode estudar uma música ou tocar um estudo, basta trocar o foco, o objetivo.

Estudar é quando o foco está na técnica, nos detalhes, sonoridade, timbre, tempo e outros detalhes mais técnicos.

Pode estudar exercícios, escalas, ritmar escalas, transposição, velocidade, dedilhado, digitações alternativas, há várias coisas que precisam e devem ser estudadas. Mas podemos estudar uma música também, trabalhando cada parte dela, cada técnica que ela contém.

Quando falamos em tocar, estamos falando em simplesmente passar a música, e se você já estudou ela, vai tocar com muito mais propriedade, mais autonomia, mas também mais leve, com total controle.

Mas se você não estudou a música, não quer dizer que não vai tocar bem, você vai tocar, só tocar, não vai melhorar em nada, não vai aprender nada, vai só… Tocar!

É melhor Tocar ou Estudar?

Na realidade um não é melhor que o outro. Estudamos para Tocar bem, essa deveria ser a nossa meta, sempre.

Já conheci gente que dizia estudar de 6 a 8 horas por dia, mas quando alguém pedia pra fazer alguma coisa específica, como acompanhar o metrônomo, eles ficavam perdidos.

Quando investigamos um pouco sobre essas 6 a 8 horas de estudo descobrimos que essas horas eram gastas tocando, e não estudando.

É legal tocar, e precisamos, mas ficar tirando solos ou mesmo tirando músicas de ouvido o dia todo não é bem um estudo, não vai fazer você tocar melhor.

Se esses caras das 8 horas tivessem gasto 1 hora por dia estudando algum tipo de técnica, eles já seriam gênios em seus instrumentos. Mas gastaram anos para evoluir semanas.

Como fazer certo?

Se você quer ser um músico melhor, de repente você até pensa em se profissionalizar na área, precisa aprender a organizar seu tempo.

30 minutos de estudo diariamente fazem uma diferença enorme em sua técnica em poucos meses.

A maneira ideal é montar uma boa Rotina Diária. Mas você tem que entender que uma Rotina não tem uma fórmula mágica, e não é algo constante.

Cada um deve montar a sua, ver suas dificuldades, entender sobre o que precisa estudar e equilibrar os estudos para não ficar em uma coisa só e acabar perdendo a prática em outros pontos.

Em uma boa rotina diária, tem espaço inclusive para Tocar, é só se organizar.

Colocando a mão na massa

Não existe uma fórmula mágica, então vou deixar algumas sugestões, as mesmas que sempre dou aos meus alunos.

Precisamos de uma estrutura básica com itens que eu considero indispensáveis:

• Aquecimento
• Técnica
• Estudo
• Repertório

Esses 4 itens devem estar presentes sempre, o que muda é o que você vai fazer neles, e para isso vamos ver cada item separadamente.

Aquecimento

Depende do nível em que você está. Meu aquecimento hoje eu faço com escalas e metrônomo, que são estudos de técnica, os quais eu estudei por anos, e hoje com um bom domínio (bom não é excelente, sempre pode ficar melhor) peguei os exercícios de técnica de escalas e metrônomo, juntei os dois, e faço os dois juntos para aquecimento.

Se você está começando no violão ou guitarra, o exercício mais básico, aquele 1-2-3-4 ainda é o melhor. Quando você tiver domínio completo sobre ele, existem milhares de variações a serem trabalhadas, como salto de cordas, inversão de palhetadas, contratempo, rítmicas e muitos mais.

Se você toca violino, cordas soltas, pontos de contato, variações de golpe de arco nas cordas soltas e estudo de talão, meio e ponta vão ajudar você a se aquecer e dominar melhor o instrumento.

Agora se você é da área de sopros, exercícios de respiração são o melhor ponto de partida.

Técnica

Aqui podemos dividir em pelo menos duas seções: Técnica Nova e Aplicação/Variações.

Técnica envolve estudos de posição, velocidade, sonoridade, intervalos, arpejos, até bend, slide e harmônicos.

Sempre precisamos aprender uma técnica nova, e depois que aprendemos bem, precisamos praticar em outros locais do instrumento ou em outras escalas.

O estudo do bend na guitarra é muito negligenciado, e várias vezes vemos guitarristas tocando desafinados. O estudo do bend é um estudo de afinação, tanto na guitarra como no sax, e deve ser estudado em toda a extensão do instrumento para que sempre termine na afinação correta.

Algumas técnicas, como Arpejos, devem ser estudadas tanto na prática quanto na teoria, e também com metrônomo e playalong.

Então mesmo depois de estudar e entender bem uma técnica nova, precisamos continuar treinando ela em novas situações.

Estudo

Esse estudo é de música, mas não aquela música que você já toca, é uma música nova, ou complexa, ou com uma divisão ou compassos diferentes do comum.

Tocar uma música nova é sempre bom, e aqui podemos incluir tirar música de ouvido, tanto a melodia quanto a harmonia, que é um ótimo estudo.

Existem partituras prontas para serem estudadas também, e são ótimas. Você estuda divisão, leitura, aplicação de técnica, dinâmica e uma série de outros itens que nos ajudam a sermos músicos melhores.

Monte o seu repertório de estudo com as músicas que te oferecem algum tipo de desafio e resolva elas uma de cada vez, cada qual a seu tempo.

Repertório

Quando começamos todas as músicas são de estudo, mas, aos poucos, elas vão ficando mais fáceis e começam a entrar em nosso repertório musical.

Sempre termino a seção de estudos com músicas que já toco, aquelas que já estão bem resolvidas, as músicas que gosto.

Psicologicamente falando, isso faz com que você não termine sua seção de estudos com aquele sabor de “deu tudo errado”, “eu não consigo”, “não vai dar certo”. Ao terminar com músicas que você já domina, que você gosta e já toca bem, vai terminar com uma sensação de alívio e dever cumprido, que nos deixa até mais animados para recomeçar tudo no dia seguinte.

Rotina Diária

Separe 1 hora por dia ou o tempo que você tiver e divida esses quatro itens entre esse tempo.

Você poderia, por exemplo, dividir assim:

• Aquecimento – 10 min
• Técnica – 15 m
• Estudo – 15 min
• Repertório – 20 min

Você deve ter uma lista dos exercícios que vai treinar, e colocar os exercícios e músicas que está fazendo em cada etapa, seu professor deve lhe ajudar com isso.

Se você não tem professor, tem que se auto-avaliar e descobrir o que falta e o precisa ser estudado, o que pode se tornar um grande problema, então é bom pedir ajuda para alguém que já tenha prática para não ter nenhum problema.

Todas as etapas são importantes, mas é mais importante estudar diariamente, então se hoje você não pode cumprir todas as etapas, realize alguma delas, se possível toque uma música do repertório, só para manter a prática.

Nossas redes sociais

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A escolha do instrumento ideal é algo quase místico. Não existe uma regra, existe o que você gosta, então, qual instrumento escolher se eu não sei direito do que gosto de tocar?

Conhecer os instrumentos não é ter contato com eles, é ouvir eles, e assistir apresentações é o melhor meio para isso. Ver um músico tocando seu instrumento faz você ligar o som ao instrumento, e aquele som mais cativante é o que vamos escolher.

É como uma paixão, um amor adolescente. Não é nada racional, só desperta algo dentro de você.

O Papel dos Pais

Antes de pensar em qual instrumento escolher, como temos que conhecer os instrumentos, é importante os pais darem a oportunidade para o filho de conhecer e ouvir os instrumentos que existem, e isso se faz levando a shows, assistindo clipes e ouvindo músicas de diversos gêneros.

Mas como saber se seu filho vai querer ser músico? Será que ele vai quer ser um instrumentista, um cantor, ou nem vai gostar de música?

O Papel da Música

Educação nunca é demais, e a música só vai ajudar.

Estudar música, não importa o instrumento, vai trazer vários benefícios ao longo dos anos, concentração, coordenação motora, desenvolvimento social, além do lado psíquico, ajudando a controlar a timidez e o estresse.

Não importa se seu filho ou você mesmo quer ou não ser um músico profissional, você pode ser um músico ruim, o próprio estudo vai trazer uma série de benefícios pra quem estuda.

A música na escola

Se você for conversar com diversos professores de música, todos vão concordar com uma coisa: o ensino da música devia começar na escola.

Isso não iria fechar as escolas de música particulares, ao contrário, iria enchê-las ainda mais.

Muitas pessoas nem chegam na fase do “Qual instrumento escolher” por não ter essa curiosidade, justamente por que não tiveram a oportunidade de ver algum instrumento sendo tocado.

A música como uma matéria complementar, principalmente nos primeiros anos de formação, ajuda a criança a se concentrar melhor, se envolver com a classe, e até mesmo exercer seu direito de escolha.

Realizando seu sonho

Muitos pais acabam realizando o sonho que tinham de tocar algum instrumento em seus filhos. Não quer dizer que isso é algo ruim, mas você como mãe ou pai tem que ajudar seu filho a achar seu próprio caminho.

Muitas crianças estudam um instrumento só por que os pais gostam e eles só querem alegrar os pais, é nobre, bonito, e é válido também.

O que precisamos cuidar é que se a criança está realizando o sonho dos pais, o que acontece com os sonhos dela?

Hoje é muito fácil achar uma escola de música, você pode fazer aulas on-line mesmo, então pode ser a hora de você realizar o seu sonho, e deixar seu filho realizar o dele.

Parafuso Apertado ou Frouxo

Depois da fase do “Qual instrumento escolher” vem a fase do treinamento, e é aqui que as coisas complicam de verdade.

A regra do parafuso é bem importante agora: se apertar demais, espana, mas se deixar frouxo, cai.

Isso vale para as crianças, mas também pra você mesmo adulto estudante. O melhor caminho é criar uma rotina e não fugir dela.

Temos fases na música, em algumas dessas fases temos até vontade de desistir pelas dificuldades, como em qualquer outro curso ou matéria da escola ou faculdade.

Para saber se você gosta mesmo de um instrumento tem que tocá-lo pelo menos por seis meses, tentar de verdade, outro instrumento não será mais fácil, o instrumento mais fácil é o que você mais gosta, então dedique-se a ele.

Pra fechar…

Só para lembrar que você pode encontrar todos os capítulos do podcast em nosso site, em richarddelfino.com.br/site/category/podcast assim como outras matérias no blog richarddelfino.com.br/site/category/blog.

Você encontra o podcast em vários agregadores como o Spotify e o Google Podcasts.

O título nos lembra um filme, um ótimo filme de 1967, Ao Mestre com Carinho, de título original To Sir With Love. O filme é baseado em uma autobiografia, e retrata um professor conquistando o respeito de seus alunos.

A música tema do filme acabou ficando quase mais famosa que o próprio filme, foi composta por Ron Grainer, grande compositor que escreveu trilhas e temas para TV e cinema, como Doctor Who, série para a TV famosa até hoje.

Não vou me comparar a Ron Grainer, não escrevi nada tão significativo ainda, e também não vou me comparar ao  Mark Thackeray, o professor da história, nem vou comparar meus alunos aos dele, seria muito injusto.

O que eu quero exaltar aqui é como ser professor, apesar de às vezes ser muito difícil, pode ser algo realmente incrível, quase mágico.

Ser professor

Qualquer pessoa que gosta de ensinar, que leva a profissão de professor no sangue, espera que seus alunos não só aprendam mas que as lições que passamos façam diferença em suas vidas, que os façam pessoas melhores, profissionais melhores, que realizem seus sonhos.

Eu sou um professor de música, então isso não seria diferente, eu já ensino sonhos, o que mais quero é ver meus alunos realizando esses sonhos.

Se você quer ser um professor saiba que nem tudo são flores. A maioria dos alunos que procura uma aula particular de música nem sabe qual instrumento quer tocar. Os que sabem, geralmente tem mais pressa que vontade de tocar bem (ver post anterior).

Tipos de Alunos

Existem alunos de todos os tipos, imagináveis e inimagináveis também. Já tive alunos de vários tipos, e conversando com outros professores, descobrimos que os tipos não acabam, sempre tem outros mais estranhos, mais engraçados, e por vezes, alguns mais problemáticos.

Eu já tive alunos que fizeram aula por anos só pela companhia, pelo bate-papo, pela música. Não quer dizer que não aprenderam, alguns aprenderam muito até, outros nem tanto, mas todos aprenderam algo.

Nos posts anteriores falamos sobre isso. No último podcast falamos sobre alguns problemas graves, você pode ler a matéria e ouvir o podcast no link https://richarddelfino.com.br/site/por-que-musica-e-tao-dificil/

Professor ou Terapeuta?

Tem alunos que fazem aula por terapia, literalmente. Como eles mesmos dizem, sou mais barato que um psicólogo, não pergunto coisas que não devem ser contadas, e ainda aprendem alguma coisa que geralmente era um sonho desde criança.

Tem alunos que só aprenderam pela minha insistência. Não se dedicam, não estudam fora da sala, às vezes nem prestam atenção na aula. Geralmente os pais insistem para que eles façam as aulas pensando no futuro deles, que a música vai ajudar os filhos a serem melhores, e não estão errados.

Se eu tivesse desistido deles hoje não estariam tocando. Não ajudei todos, de alguns desisti, admito, e até me arrependo, deveria ter insistido mais talvez. Alguns dos que continuei insistindo valeram muito a pena, mas não posso controlar o que vão ser, só ajudar no caminho.

Professor ou Mestre?

Quando escolhemos ser professores nos tornamos guias, mestres daqueles que procuram por nossos conhecimentos, e nem sempre isso para no assunto da aula.

Somos modelos, como músicos, professores, profissionais, até no estilo de vida.

As pessoas, não só as crianças, os adultos também vão te usar como modelo, desde o modo como fala, se veste, se porta, até o jeito que você toca, como cuida do seu instrumento e como trata seus alunos fora da sala.

Vale a pena ser professor?

Eu acho que nada se compara a você ver o brilho nos olhos dos alunos, é algo realmente mágico.

E aqui vem o que me inspirou a escrever esse artigo: meus alunos.

Ser professor é algo muito especial, professores são mestres, guias. Se você quer ser professor, aprenda a se ligar com seu alunos, descobrir o que ele quer e como ajudá-lo a alcançar seus objetivos. Não basta ensinar somente o instrumento.

O reconhecimento sempre vem

Tive uma maravilhosa surpresa quando a irmã de uma ex-aluna, Louise Maibuc, fez um ensaio fotográfico com meus alunos, mas a surpresa maior veio ao ler o texto que ela escreveu em seu site sobre mim.

No texto ela disse que achou surpreendente me ver como estudando em um conservatório, que foi um ato de humildade um professor se colocar como aluno.

Você pode ler o texto e conferir as fotos desse lindo ensaio no site dela https://www.estudioadagietto.com/ ou clique aqui para ir direto à matéria: https://tinyurl.com/y2ybczk8.

Posso falar a mesma coisa dela, já que ela é uma excelente baterista e mesmo assim aceitou passar pelo processo de aprender novamente.

É muito bom quando temos nosso trabalho reconhecido, todos gostam, mas para professores o maior reconhecimento é ver o aluno alcançar seus sonhos.

Links para as Músicas e o Filme

Se interessar, você pode alugar o filme no Youtube pelo link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=NYX17c31JzM

A música original você pode ouvir aqui:

Durante as buscas para escrever essa matéria, achei uma versão dessa música em português, caso queira ouvir, o link é esse:

Música não deveria ser algo difícil, e na verdade, pelo menos na minha opnião, ela não é.

Acredito que o problema é mais a pressa do que dificuldade, e é sobre isso que vamos conversar hoje.

Antes de mais nada quero agradecer sua companhia, tem sido muito importante.

Esse capítulo de hoje ficou um pouco diferente, ele saiu mais livre, talvez por ter sido gravado sem um roteiro, que é o que normalmente eu faço.

Não planejei isso exatamente, simplesmente sentei e falei sobre alguns dos problemas que enfrentei como professor nessa última semana.

Espero que goste, e abaixo fiz alguns comentários e coloquei os links dos assuntos mencionados no podcast.

O grande problema

Eu não faço ideia do que se passa na sua cabeça, mas todos temos uma coisa em comum: fomos programados para ir pelo caminho mais fácil. E não falo pelo lado da preguiça, acredito que está dentro de nós, em nosso DNA, fomos programados para procurar o caminho mais simples.

Na música isso não é diferente. Sempre queremos o caminho mais fácil, mas nem sempre o fácil é tranquilo ou rápido, e é esse o problema, além de fácil, queremos que seja rápido, e se for demorado, então é difícil.

Pense no seguinte: fácil e rápido não são sinônimos, assim como difícil e demorado também não.

Música é fácil, tem alguns assuntos complicados, mas no geral é fácil, é simples, não é a coisa mais difícil do mundo mas é demorado, alguns assuntos são bem demorados mesmo.

O que é difícil?

Eu escuto muito coisas como: “é fácil, nem precisa estudar!”. Não caia nessa. Na música muita coisa é fácil sim, mas não fica bonito de primeira.

Treino é treino, o estudo faz parte, o ensaio é necessário, mas são três coisas necessárias e importantes.

A dificuldade não está no treinamento, na verdade dificuldade não existe na música. O que acontece é que algumas coisas demoram mais, outras demoram menos, só isso.

Estudar é para iniciantes

Talvez essa seja a maior mentira para quem estuda música. Depois de 30 anos voltei a estudar, e não sou iniciante, e aprendo cada dia uma coisa nova até mesmo com os alunos.

O estudo é algo muito importante. Enquanto alguns estudos podemos fazer sozinhos, em outros estudos seria mais interessante com ter um bom guia, que seria o professor. Seja presencial ou on-line, um bom professor pode diminuir seu tempo de aprendizado e trabalho em até 90% em alguns assuntos.

Que lista é essa que foi falada?

No podcast citei uma lista, se você não conferiu, pode conferir abaixo o nome das músicas e links para ouvir nas principais plataformas.

Violão Popular
Oasis – Wonderwall
Skank – Resposta

Violão Clássico
}Dilermano Reis – Abismo de Rosas
Baden Powell – Apelo

Guitarra
Eric Clapton – Layla
Jimi Hendrix – Hey Joe

Teclado
Rick Wakeman – Ascraeus Mons
George Duke – No Rhyme, No Reason

Acordeon
Dominguinhos Onde Está Você
Lucy Alves – Ai que saudade de ocê

Bandolim
Hamilton de Holanda Trio – Naquela Mesa
Jacob do Bandolim – Noites cariocas

Baixo
Speranza Spalding – I know you know
Victor Wooten – U Can’t Hold No Goove

Piano
Titãs – Enquanto Houver Sol
Herbie Hancock – Cantaloupe Island

Ukelele
Israel Kamakawiwo’ole – What A Wonderful World
Vance Joy – Riptide

Saxofone
Scott Hamilton – ‘Round Midnight
Nailor Proveta – Ternura

Flauta
James Galway – Dance of the Blessed Spirits
Ian Anderson – Calliandra Shade

Violino
Ricardo Herz – Céu
Flávio Venturini – Céu de Santo Amaro

Bateria
Led Zeppelin – Moby Dick
U2 – Sunday Bloody Sunday

Youtube – https://www.youtube.com/playlist?list=PLqOgmaoXJJEKxbj-tCpaebJqKoFrKfXvs

Spotify – https://open.spotify.com/playlist/039eznyEvBOosd3SrujsNl

Deezer – https://deezer.page.link/p2q2z5GSG9VHum9u6

Outros capítulos

Também citei sobre outros capítulos, e um dos mais interessantes sobre o que foi abordado hoje é você decidir que tipo de músico você quer, e você pode ouvir aqui: https://richarddelfino.com.br/site/que-tipo-de-musico-voce-quer-ser/

Falar sobre instrumento caro ou instrumento barato pode gerar muita polêmica e não é o intuito. Então vamos falar um pouco de manutenção e valor de instrumentos musicais. Esse artigo fala o básico, e não passa de uma opinião, não é lei nem regra.

Cada pessoa tem um nível de conhecimento e de envolvimento com a música. Há, por exemplo, pessoas que nasceram em família de músicos, então todos estão acostumados a fazer manutenção em seus instrumentos, e alguns tem instrumentos que pertenceram a seus avós, o que deixa o instrumento com um valor sentimental e impagável.

O que queremos aqui é mostrar a todos alguns conceitos básicos sobre manutenção, e mostrar por que alguns instrumentos valem mais usados do que novos.

Já ouvir falar em Luthier? Sabe o que ele faz?

Luthier é quem fabrica ou faz manutenção em instrumentos musicais.

Cada luthier se especializa em uma área da música, que podem ser:

• Instrumentos de Sopro
• Instrumentos de Corda
• Instrumentos Elétricos
• e alguns tipos específicos, como o archetier, que fabrica arcos.

Quando preciso mandar meu instrumento para manutenção?

Depende do quanto você toca, quantas vezes por semana se apresenta, rotina de estudos e vários outros fatores, como até onde você mora.

O que eu posso ou preciso fazer?

Algumas coisas não precisam ser feitas pelo Luthier, o próprio músico resolve. Trocar as cordas, limpeza superficial, lubrificação e afinação podem e devem ser feitas pelo próprio músico.

Mas temos que aprender a fazer do modo correto para não danificar o instrumento. Trocar as cordas por um jogo com densidade diferente do que estava antes pode empenar o braço do violão, rachar o espelho de um violino ou desregular a ponte de uma guitarra.

O lado bom de ter um professor é que muitas dessas regulagens fazemos juntos, professor e aluno, em sala, explicando os problemas que podem ocorrer.

O que só o Luthier pode fazer?

Um bom profissional já passou por diversas situações, e nem sempre foram boas, mas aprenderam com seus erros e com o erro dos outros.

Limpezas profundas ou manutenção na parte elétrica se feitas incorretamente podem danificar e muito o instrumento.

Regular altura de cordas, seja em violinos ou guitarras, pode alterar várias características do instrumento, como afinação.

O Luthier não tem só as ferramentas, ele tem o conhecimento para lidar com cada situação.

Uma lista de alguns reparos delicados devem ser feitos somente por profissionais qualificados (se você não tem ideia do que é, nem procure sobre, é para profissionais experientes):

• Troca ou reposicionamento de Alma
• Oitavas
• Blindagem
• Altura de cordas
• Elétrica
• Troca de densidade de encordoamento
• Regular ponte suspensa (Floyd)
• Desplacagem
• Repintura
• Retirar amassados

Instrumento caro é melhor?

Colocar a expectativa de tocar bem em um instrumento, caro ou barato, é um grande problema.

O instrumento só destaca seu som, não muda ele. Então se seu som é ruim, em uma instrumento melhor vai ficar pior, vão aparecer mais os erros, falhas de afinação e problemas de sonoridade. Agora se você já toca bem, um instrumento melhor vai tornar seu som melhor ainda, justamente por destacar tudo: sua sonoridade, sua afinação e técnica avançadas vão aparecer mais do que em um instrumento mais simples.

Posso aprender mais de um instrumento?

Alguns instrumentos se complementam, como o violão e a guitarra, que são muito próximos e um ajuda a aprender o outro. Outros instrumentos como a bateria são interessantes para qualquer musicista aprender, já que desenvolve a coordenação motora.

Comece com um instrumento, mesmo que simples, e se dedique a ele, desenvolva bem. Se é isso mesmo que você quer, agora que sabe tocar um pouco você pode escolher o instrumento que mais combina com seu estilo.

Preciso de um instrumento caro?

Você pode começar com instrumentos mais em conta, principalmente se você não sabe ainda ao certo o que quer. O Importante não é ter um instrumento caro ou barato, o importante é tocar bem.

Quer tocar guitarra? Consiga um violão mais barato, mais em conta, e veja se consegue desenvolver, se é o que você realmente gosta.

Já dei aula para alunos que começaram em um violão ou teclado e no fim o que gostaram realmente foi de uma flauta ou violino.

Outros começaram com instrumentos simples, nem pensavam que iriam aprender, e no fim estavam comprando instrumentos importados de alta qualidade e tocando em bandas.

Instrumento musical não faz milagre, quem vai tocar ainda é você. Um bom instrumento vai te ajudar na afinação, qualidade dos captadores, mas não vai tocar por você.

A única coisa que pode fazer você tocar bem é você mesmo.

Pra fechar…

Só para lembrar que você pode encontrar todos os capítulos do podcast em nosso site, em richarddelfino.com.br/site/category/podcast assim como outras matérias no blog richarddelfino.com.br/site/category/blog.

Você encontra o podcast em vários agregadores como o Spotify e o Google Podcasts.